Em 20 de julho de 2012, nossa
matriarca, minha mãe carnal, Iracema d´ Oulisà, voltou ao Jĭ.
Confesso que seu regresso para
casa, ela está nos braços de Anambĭokɔ́ Matriz Primordial do Universo, me
deixou temporariamente sem chão, apesar de ter sido avisada pelo vodú, durante
o longo período de fragilidade de sua saúde. Que uma nova estrela iria brilhar no Jinukúnsùn.
Sei que, como foi sempre muito viva, continua viva em sua essência, mas.... não existe estar preparado para tudo.
Sua partida trouxe mudanças profundas, daquelas que lembram uma sanfona:
Adiou por um ano a celebração de Tὲnwè Xwè da Derέ do Hùnkpámὲ Kẅὲ Sὲja
Jĭfá, Marcela d´Aziri Tɔ̀gbósi filha de minha irmã, Donέ Elaine du Gŭ-ntέ (Bombom) e do meu filho Luciano d´ Otɔ́lu, que já estava toda preparada;
Trouxe um respeitoso recesso, que afastou pessoas muito queridas, as quais
confiava que nos fariam companhia e nos estenderiam seus ombros amigos na
travessia de mares turbulentos, da mesma forma que lhes estendi os meus em suas
agruras e suas perdas;
Mas, graças a Deus! (Ele sempre abre outras,
quando as portas se fecham), aproximou outras pessoas queridas, que por alguma
circunstância da vida, estavam distantes e que tem permanecido sempre ao nosso
lado, revelando-nos em quem de fato podemos confiar e com quem podemos contar.
Elevo aos céus minhas mais profundas
orações para agradecer o carinho e a solidariedade dos meus filhos e netos; da
Derέ; dos meus amigos, meus familiares e dos seguidores deste blog, principalmente
ao meu amigo Romulo e ao Marcelo, que me incentivaram a prosseguir.
Enquanto o Hùnkpámὲ permanece em recesso, postarei algumas antigas festas e confraternizações da casa. Muito Obrigada do fundo do coração.
Termino
este post, clonando o texto da homenagem que fiz a minha mãe no meu livro:
Fɔngbè-português a ser lançado no início de 2013.
Minha mãe, Iracema Vital da Silva
que me conduziu em seu ventre a esta encarnação, onde pude vislumbrar a imensa
responsabilidade ante os olhos da ancestralidade, o compromisso e o respeito
com o espírito da descendência na divina missão espiritual e da reverência à nossa
dinastia. Donέ Iracema d´Oulisà, a benção mamãe!
Lĭndɔ̆n na nyŏ nu wĕ!
Bom futuro na longínqua Fonte de Luz!
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